Por Guta Chaves, especial para o iG
Com nove estrelas
Michelin e 27 restaurantes pelo mundo, o chef Alain Ducasse inaugura curso de
gastronomia em SP. O chef Alain Ducasse
fez questão de experimentar iguarias brasileiras.
No Brasil para
oficializar a abertura da unidade de gastronomia e hotelaria da universidade
Estácio de Sá, na Chácara Flora, em São Paulo, com a qual tem parceria, o chef
francês Alain Ducasse falou sobre a formação de jovens cozinheiros e o futuro
da culinária.
Confira detalhes da
passagem do chef por São Paulo: O monumento Alain Ducasse
iG: Por que o senhor escolheu o Brasil para
abrir uma filial da escola Alain Ducasse Formation (ADF)?
Alain Ducasse:
O Brasil terá o melhor desenvolvimento da América do Sul e eu queria estar aqui
para acompanhar essa evolução. O País tem uma natureza generosa, que
proporciona uma riqueza enorme de produtos para trabalhar a alta cozinha.
iG: Investir em escolas de cozinha seria uma
forma também de garantir profissionais gabaritados para seus restaurantes no
mundo?
Ducasse:
Reconheço que a única forma de expandir o empreendimento de restaurantes é
garantir uma boa formação profissional. Porque, além do talento e da paixão, é
importante que o cozinheiro aprenda o rigor, a repetição do gesto até a
perfeição e as bases culinárias. Não tenho ambição de que esses jovens saiam
chefs da universidade, mas terão a base necessária para começar na cozinha, que
não tem fronteira, nem nacionalidade. Por outro lado, a educação é um setor
mais nobre do que o negócio de restaurante.
iG: Como se expressa a filosofia dos chefs da
ADF em outros países. A cultura gastronômica local é inserida no ensino?
Ducasse:
Queremos que esses jovens cozinheiros brasileiros expressem a natureza
fantástica de seu País, interagindo com o produto da região. Nós trazemos nosso
“savoir faire”, ou seja, nossas bases técnicas da cozinha, globalizando-as
nesse sentido. Sou a favor da biodiversidade e contra a globalização dos
ingredientes. Em todos os restaurantes que tenho no mundo uso 95% de produtos
locais.
iG: A moda agora é falar em sustentabilidade e
alimentos orgânicos, o senhor adere a essas ideias?
Ducasse:
Precisamos preservar os recursos do planeta. Nesse sentido, recuso-me a usar
atum, pois está em risco de extinção. Sou muito exigente no quesito
sustentabilidade. Também busco usar ingredientes orgânicos nas minhas casas,
preocupo-me com a origem dos alimentos. Mas não comecei a fazer isso ontem, são
práticas que acredito e emprego há 25 anos.
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